No dia 11 de novembro do presente ano a cidade de Porto Seguro foi premiada em São Paulo no Palácio de Convenções do Anhembi recebendo pelas mãos do atual secretário de Cultura e Turismo o prêmio que escolheu a cidade como o melhor destino jovem do país.
A votação aconteceu de forma espontânea pela internet e este ano contou com aproximadamente 10 milhões de votos.
Eu sei que a notícia ta com cara de velha, mas precisamos retomar o fato para reflexão e isto não é tarefa apenas minha, mas de todos que se pretendem como agentes de transformação através do conhecimento.
Vamos escrafunchar?
Este fato nos faz atentar a uma série de relatividades em relação ao desenvolvimento do destino Porto Seguro, já que quem lê matérias do tipo pode depreender inicialmente que este é um bom diagnóstico do turismo local. Antes de chegarmos a estas conclusões podemos observar que estas premiações são bem relativas mesmo, já que ao mesmo tempo em que esta foi realizada outras parecidas podem acontecer e escolher destinos diferentes em categorias semelhantes ou iguais. É lógico, não podemos jogar um prêmio desses pela janela e ignorar o fato de que uma porção de pessoas considerou, sim, Porto como um ótimo destino (neste caso, jovens consideraram). Mas para Porto Seguro, até que ponto basta esta colocação?
A torcida é para que este objeto na estante da secretaria não sirva como um baluarte do comodismo administrativo e que sirva como estímulo à pesquisa, pois segundo Dencker (2007)
“a pesquisa é uma ferramenta fundamental para a gestão de qualquer atividade, pois permite prever os impactos tanto positivos quantos negativos, norteando as ações e otimizando os investimentos”
Com isto, não seria interessante agora procurar saber o que este jovem viu que o agradou, o que desagradou, por que escolheu Porto, quanto tempo permaneceu na cidade, o que pode ser melhorado, motivações?
O público jovem é muito bom, mas existem outros que podem trazer mais benefícios e contribuírem para o bom desenvolvimento do destino. Se a cidade investir em outras segmentações e em outros públicos as possibilidades aumentam. Com mais cartas na manga a cidade pode modificar seu calendário direcionando eventos para períodos que melhor captam determinados perfis de demanda fazendo com que o turista aproveite ao máximo o destino sem, contudo, afetar os moradores. Isto impacta positivamente a saúde do destino. Determinados públicos procuram determinados atrativos, nesse processo outros atrativos ficam obscurecidos. Para melhor aproveitar a riqueza do produto esta demanda pode ser melhor direcionada ou pode ser feita uma busca por tipos de demanda que se adapte melhor a cada recurso oferecido. Mais uma vez torno a dizer, a pesquisa é fundamental para que isto aconteça da melhor forma.
Com uma cultura de pesquisa bem estabelecida o passo seguinte é usar a boa e velha amiga CRIA T I V I D A D E e decidir como usar os dados obtidos da melhor forma possível. O gestor criativo verá possibilidades que nenhum outro em seu lugar veria.
Então? Caso não tenha sido mencionado anteriormente, mãos-à-obra!
🙂
Site da Premiação